Certas noites, no plasmar
do sonho
do tempo errante que foi, memórias
agudas espelham
insónias esculpidas
em desmaios de mim.
Certas noites, em arrulhadas
de azul, aprendo o que não fui
vejo o que não sou, alivio
no imenso livro
vidas que jazem, etéreas,
em alvas páginas
no profundo silêncio
da solidão apagada.
Certas noites, entre clareiras
de sons, adivinho
o deslizar do vento
o calor de outras mãos, que
noutro espaço, noutro tempo,
estas folhas irão tocar, estas folhas
onde agora os meus dedos
se movem
e estas vidas, que apesar de mortas
nunca morrem.
Tindersticks- Another Night In
Foto: Verme
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Poderá o silêncio apagar-te de mim? O olhar renasce nos gestos inacabados, nas memórias que esculpiram um sorriso, e ...
. GLOOMY
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