A noite tecia palavras de silêncio
as paredes vazias
recordavam-me a tua ausência,
mas, a tua perene presença em mim
gritava-te arrebatada , rouca, cansada.
No amargo desespero de não poder
...monologava com o medo,
num imenso pavor de nunca mais te ver.
Pernoitava no meu corpo fraco,
na consciente fealdade de mim,
que cada dia sentia mais óbvia.
Iria ao teu encontro,
mas já não me reconhecia nas fotografias,
nas quais tu me sabias
bela, feliz...
os meus cabelos caíam, como as folhas mortas
que varriam a rua nesses dias, e os outros ,suspensos por
um fio de tempo,
diziam-me para ficar.
Partir seria tudo esquecer, e eu, tudo o que queria
nesses tempos era viver, viver e poder
ser, a que tinha sido.
Recusava o óbvio presente cruel, que
via, como um
punhal que me esmagava no
mais profundo do meu sentir,
e sentir era tudo o que tinha!
Mas, os ângulos escuros do meu quarto,
as minhas veias cansadas,
os meus cabelos no chão,
esmagavam-me,
e na profunda saudade de mim,
murmurava baxinho a nossa canção.
A tua existência, mesmo na desordem das horas
do tempo que foi,
mesmo na mais crua violência da desolação,
foi o resíduo de vida,
foi a âncora que me prendeu ao chão.
Sade in By your side
Foto: Autor desconhecido; Galeria Sapo
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