Não houve um início.
Apenas um crepúsculo de tempo
que se insinuava, dócil... leve,
na penumbra
de um momento que ficava
intangível,
submerso num irreal
que adivinhava lento,
...uma infinita soma
de brancos dias e negras noites
debruçava-se impiedosa,
numa existência de crua verticalidade
imersa num limite de espaço
que tangenciava a dor,
o quase desespero
de um choro mudo
no camuflado horror
de um silêncio
que era nosso, sem o sabermos.
Somos o passado do nosso tempo,
que não foi presente,
coalhado de sombras
de memórias ausente,
permaneceu, perene,
suspenso num fragmento
de um sim.
Não houve uma origem.
Nem haverá um fim...
Mazgani
Foto: Autor desconhecido