Como um poema sem palavras, saúdo-te
na solidão de um mundo sem voz,
perene de silêncio
iluminado pelo isómero infinito
de um desejo, que ao querer ser
não é mais que uma etérea vaga de mim.
Saúdo-te como um fiozinho de luz, do
qual tu tomaste posse,
posse da minha vida
e da minha morte.
Saúdo-te com o meu olhar inquieto,
ciente da tua paz eterna
e no tempo onde não estás,
saúdo-te na remota memória,
na cinza de um rosto,
na noite,que eu sei que o vento traz.
Bach - Air on a G String
Fotografia: Graça Loureiro