Foto: Nuno Faria
Sem te ter não te posso tocar...só em pensamento...
e podes crer, muitas vezes já te li como se fosses uma pauta,
só que sempre diferente a cada página
...já te li como uma sinfonia, como jazz...
é difícil definir o teu estilo,
mas será por aí...
entre a 9ª sinfonia de Beethoven e o Kind of Blue do Miles Davis
Deixa-me contar-te uma história...
Rodrigo Leão - Solitude
Ómega3 e Papa Juliet
Foto: Graça Loureiro - Galeria Olhares
Movimentos
livres, voláteis
lentos
no som que é
um improviso de tons
e notas que vibram
num universo de tempos
e espaços ...vazios de silêncio,
que em resquícios de sons
de um fugaz momento
perscruta,
descreve
relata no vento
acordes de vida
que em rajadas escuta
...um sentimento no som.
Vicente Amigo - Tres notas para decir te quiero
Foto: José Ferreira
Vício negro
coberto de nada
não é dia, é noite
escura e fria
num céu sem anjos
que num arrepio de medo, a luz enfada.
Este vazio de noite...
vai carpindo o dia que findou,
devagar,
apaga o tempo
mergulha numa tela sem cor
e um sabor de cinzento
invade, cru...lento,
o imenso azul que acabou.
Negra noite onde não estou,
feita de sons
e barafundas de silêncios
que num crepúsculo de sol, a lua
mansamente envolveu,
...neste vício negro que ficou, e é só meu.
Willy DeVille - Heaven Stood Still
Sara e Fernando Farinha
Quem desejar comentar este post, poderá faze-lo por email.
Foto: Sara Sá
Há uma mulher oculta
num segredo de corpo,
num fractal de mente
isómero
mas que ninguém sente.
Minúsculos pontos vermelhos ressaltam
ao longe na névoa
e na noite varrida da vida
da vida vadia
onde folhas mortas e secas
voam
como loucas
e colam-se
nas botas de verniz
que perdidas, caminham nas ruas
vazias e molhadas de Paris.
Há uma mulher oculta...en passant...
serena,
bela é de ver,
difícil de sentir,
impossível ...de a ter.
Rodrigo Leão & Beth Gibbons / Lonely Carousel
Tu és o alfa e o ómega
o principio ...
e o fim.
Abraço-te e sinto-te.
terno, mergulhado
em mim, com os lábios unidos
num silêncio só nosso,
deixamos que a tarde nos leve.
A garrafa no chão, os copos tombados
sôfregos num beijo lento
o tempo reatamos.
E o espumante escorre
das bocas,
espalha-se, felino,
pelo nosso corpo.
O som da nossa voz morre,
estremecemos,
unidos permanecemos
ao som da nossa música.
E tu sorris...
o cabelo tapa-te os olhos,
roça-te na boca, brinca no nariz.
Peço-te para me abraçar...
apagas o cigarro,
estendes-me a mão
convidas-me para dançar .
Muse Unintented
Foto: Sónia Carvalho
. TIC-TAC
. SAUDADE
. Pêndulo
. PÉRFIDA
. Ana
. SIBILA
. HERESIA
. ZÉNITE